Durante esta semana o Jornal da Band está exibindo uma série reportagens sobre a China sob o tema “Os fantasmas da China” abordando a situação de pessoas que, por alguma razão ou lei chinesa, vivem excluídas do acesso aos serviços públicos.
Na ultima segunda-feira (08/11/2010), foi ao ar a reportagem sobre as consequências da aplicação da lei do filho único. Há 30 anos, aproximadamente, a China proibia as famílias de terem mais de um filho. O objetivo era conter o crescimento demográfico do País, já excessivamente populoso, e com isso certamente evitar o aumento da pobreza.
Segundo aquela lei as mulheres que, eventualmente engravidassem do segundo filho deveriam abortá-lo. As famílias cujas mães se recusaram a abortar o filho, resultado da segunda gravidez, passaram a sofrer severas punições. Na reportagem exibida o pai e a mãe, que além de pobres são deficientes físicos, perderam seus empregos.
As crianças nascidas sob essa lei não tem direito aos serviços públicos básicos. Por exemplo, não podem ser registradas, se adoecerem ou precisarem de atendimento médico não serão atendidas em hospitais públicos e não recebem sequer as vacinas gratuitas. A essas crianças são negados ainda o direito à matrícula em escolas públicas e, à quota de carvão fornecida pelo governo para o aquecimento das casas numa região cujos invernos são rigorosos com temperaturas descendo a zero grau. É como se para a sociedade chinesa tais pessoas não existissem.
Tais pessoas não podem nem viajar para outras regiões a não ser como clandestinas o que intensifica sua situação de ilegalidade. Nessa condição a questão que se levanta é: como essas pessoas irão sobreviver?
Além disso, há que se considerar o senso de culpa que poderá ser assumido por uma criança nessa situação, ao associar todas as dificuldades vividas pela família ao seu próprio nascimento. Não é necessário ser psicólogo para concluir que tal situação pode causar graves patologias psicológicas de resultados imprevisíveis em toda uma geração de crianças.
É um exemplo gritante de como uma lei com um objetivo inicialmente nobre, pode se tornar em instrumento de sofrimento e morte. E, apesar dessa lei a população chinesa continua a crescer assustadoramente. Uma questão a ser colocada é qual será o teor de uma eventual nova estratégia de contenção populacional na China? O extermínio?
Problema complexo não só para os governantes desta nação, mas principalmente para a Igreja.
ResponderExcluirSerá fruto de muita reflexão e oração.
É até difícil pensar nisto vivendo numa realidade tão diferente.
Deus abençoe!
A lei causa conseqüências desagradáveis. Mas será que não temos uma "lei" dessas aqui? As famílias pobres também não são excluídas do serviço público? Ou alguém acredita que aquelas filas em postos de saúde servem para levar saúde a todos? Essas pessoas também vivem como clandestinos, não por falta de lei, mas porque a lei maior desse país, que diz ser direito de todos moradia, educação, saúde, não chega até eles.
ResponderExcluirNo Brasil real, pessoas são escravizadas pois seus documentos são tomados e eles não podem sequer sair das fazendas onde estão presos.
Não é preciso ir à China para nos horrorizarmos, temos nossa própria cota de absurdos causando males bem aqui.