sábado, 30 de outubro de 2010

Sobre as querelas em torno da eleição presidencial

Hoje, no Brasil, está muito difícil fazer uma escolha, especialmente neste segundoturno. Há mentiras e falsificações da verdade dos dois lados. O Serra, por exemplo, agora no final da campanha resolveu quase virar evangélico (risos) e prometer não só continuar o bolsa-família, mas incluir um 13º no programa. Ora, isso é totalmente incoerente com o próprio programa do PSDB que defende a redução do Estado e a plena liberalização da economia. No Programa do PSDB não cabe pobre, basta olhar o sistema educacional público estadual de São Paulo que hoje é um dos piores do País, a começar pelo salário dos professores que é o 16º do País, perdendo para Roraima e Alagoas.

Já a Dilma agora pousa de católica fervorosa que sempre foi contra o aborto, etc.etc. Ou seja, os candidatos tentam falsificar a própria história pessoal para se beneficiar politicamente. Isso deve nos levar à reflexão: ora se eles são capazes dessas artes para ganhar votos, o que eles não serão capazes de fazer com o poder nas mãos?

De qualquer modo, ainda que com um certo paternalismo, no Governo Lula os pobres fora mais contemplados do que em governos passados. E muitas oportunidades foram abertas através de concursos públicos. O Governo Fernando Henrique não promoveu nenhum, pelo contrário foi a época dos famosos PDVs (Programa de Demissão Voluntária) que no fundo não era lá tão voluntário assim.

Acho que os programas do Governo Lula poderiam e deveriam ser melhorados e avançar para um patamar que supere o assistencialismo. Além disso, é necessário exercer um controle mais rigoroso para que os benefícios sejam repassados para famílias efetivamente pobres e dentro de um limite que as estimule a buscar melhoras por esforços próprios.

Não se pode negar, porém, que os avanços do Governo Lula só se tornaram possíveis por causa da estabilidade da moeda com o Plano Real do Governo FHC. A rigor, acho que os governos não deveriam ficar se pavoneando de que fizeram isso ou aquilo. Não há como negar que cada Governo, independente da cor partidária, sempre acrescenta algo de positivo ao País, apesar dos muitos erros e equívocos que cometem. O problema é que os candidatos geralmente se polarizam cada um querendo enaltecer seus eventuais feitos e negando o que o outro fez de positivo. Eu, particularmente, estou meio perdido em relação a em quem votar, porque minha candidata era a Marina por ter apresentado um programa coerente e a que assumiu um comportamento efetivamente político sem apelar para a baixaria. Não gostaria de anular meu voto mas, até o momento ainda estou ponderando.

4 comentários:

  1. Votei em Dilma nos dois turnos. Levei tempo a me decidir por ela; os critérios decisivos foram a continuidade de um projeto de estado que inclua os mais pobres e acreditar numa pessoa, Dilma, que assessorou Lula nesta trajetória .
    Infelizmente a feitura de política e salsichas se assemelham - se soubéssemos como Sao feitas não as engoliríamos. A saída é o fortalecimento das intituiçoes de controle, dos pesos e contrapesos. Acho que Lula dez isso mais que seus antecessores. Por isso dispensei a ingenuidade utópica marinista, alérgica a sujar as mãos .

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  2. Olá Adenilson, como vai?

    Gostei muito do blog e dos textos, como eram os que você enviava para a revista, mas que infelizmente não deu certo sua continuidade.

    Abraços.

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  3. Valeu Francisco. Me manda teu email para podermos trocar idéias, ok? Obrigado pelo comentário.
    Adenilson

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