terça-feira, 23 de julho de 2013

Dia 19/07/2013, Passeio em Lençóis, Ba
Hoje eu, Dino, Francisco, Jaderson,  além do Nunes, nosso guia, saimos por volta das 06 horas  para o mercado comprar mantimentos para o café da manhã.  Enquanto esperávamos a abertura do estabelecimento, que funciona a partir das 07 horas, fomos surpreendidos pela aproximação amistosa, mas um tanto arisca, de um simpático cachorrinho arrastando uma corrente presa a sua coleira o que denunciava sua condição de fugitivo. Dino fez várias fotos do cãozinho pinscher. Eu tentei carregá-lo no colo mas ele não foi receptivo a minha demonstração de carinho.

Pouco depois ouvimos uma voz feminina chamando: “Torresmo vem cá”. Tratava-se da dona do animalzinho que atendia pelo curioso nome de “Torresmo”. Comentei maldosamente com Dino: “Realmente, para um pitbull este pequeno “au,au” é apenas um “torresmo”, um aperitivoI!!! Xi!!! Soou mal hein? Tomara que Fabiana e Solimar não leiam este comentário, tudo brincadeirinha…

Depois dessa singela experiência tomamos um delicioso café e saimos para o passeio cujo roteiro foi sugerido pelo Pr. Jaderson conhecedor de alguns dos recantos mais belos da Chapada Diamantina. Percorremos um pequeno trecho da BR 242 (que liga a Bahia a Brasília), depois seguimos a pé por uma trilha bastante acidentada entre as rochas  margeada por uma vegetação que mistura cerrado e caatinga. Caminhávamos entre comentários sobre a beleza do lugar e eventuais lamentos de cansaço emitidos por algumas de nossas companheiras de viagem. Pequenos lagartos cruzavam  nosso caminho sem parecerem assustados com a nossa presença barulhenta.

Assim, na manhã ensolarada nos deparamos com a enorme cavidade na rocha onde jorra uma  cachoeira de 20 metros, Segundo fui informado, cuja corrente cai nas águas negras do “Poço do Diabo”. No lugar há diversão para todos, mesmo para os que não sabem nadar. Pode-se praticar o rapel  nos 20 metros de bordas escarpadas, descer na grande tiroleza que parte de uma altura de 20 metros e termina nas águas do poço, mergulhar nalgum dos pequenos poços que se formam no entorno ou simplesmente deixar-se ficar às margens contemplando a magnífica paisagem e ouvindo o tranquilizador barulho das águas.

Alguns de nossos companheiros saltaram na tirolesa que parte de uma altura de 20 metros. A maioria, porém, preferiu apenas usufruir do delicioso banho nas águas geladas do lago. Outros optaram por apenas contemplar a paisagem sob um sol cálido e acolhedor do inverno na Chapada.

No retorno o espetáculo ficou por conta dos micos que povoam a região. Devido ao movimento constante de gente na área eles convivem pacificamente com os humanos. Em princípio observam meio desconfiados. Depois esboçam aproximação. Mas, basta oferecer-lhes algo para comer que, logo se aproximam, apoiam-se levemente na mão da gente e, com incrivel habilidade, apoderam-se da comida com os dentes e retiram-se rapidamente. Ao serem observados por nossos sedentos fotógrafos esses animaizinhos olhavam curiosamente e pareciam até que faziam.

A próxima parada  de nosso roteiro turístico foi na famosa “Pratinha”. É um complexo de águas naturais, a céu aberto e subterrâneas. As opções para usufruir do lugar são várias: desde o simples banho na “Prainha”, passando pelo convidativo passeio de caiaque nas águas cristalinas, a tirolesa (de 85 metros de extensão e 12 de altura), a “flutuação” até a visita à “Gruta Azul”. A exemplo da maioria dos turistas com os quais estava, optei pela flutuação, com uma “ajudazinha” básica do Dino. É um passeio que dura trinta minutos num percurso de 170 metros numa gruta inundada cuja profundidade chega a 14 metros nos pontos mais profundos. Usando snorkel, máscara, coletes salva-vidas, pés-de-pato e lanternas, percorre-se esse trajeto flutuando sob a orientação de um guia.

O problema inicial é ter que ficar respirando pela boca durante esse tempo. Mas, passado o estranhamento inicial e, contando com o incentivo dos guias e o apoio dos companheiros de viagem, é só relaxar e curtir.  A água cristalina e incrivelmente azul dá a sensação de se estar dentro de um aquário. No final do percurso, na parte mais clara da gruta, peixinhos aparecem nos cercando  como se nos cumprimentassem  e agradecessem pela visita.

Depois a turma partiu para a Gruta azul onde não é permitido nadar , nem sequer mexer nas águas com a mão ou o pé. Segundo o Guia um simples toque turva toda a água e perde-se o belo espetáculo. Entrando pela boca da caverna, os raios solares atingem o lago interior, provocando um efeito visual surpreendente dando às aguas uma forte tonalidade azulada devido aos minerais no fundo da gruta.


Finalizamos o dia subindo  Morro do Pai Inácio de onde, além da vista maravilhosa, contemplamos o pôr-do-sol. Enquanto escondia-se no horizonte o sol emitia sua luz alaranjada que progrediu para um tom mais encarnado aproximando-se do vermelho. Como as variações de uma sinfonia ou as tonalidades de um quadro, nesse momento uma nuvem se interpôs ao astro rei, como uma pincelada final arrematando a paisagem agora eternizada em nossa memória. 

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