A Reforma se desenvolveu como
resultado de um processo que tem sua origem no séc.XV e vai até o XVI (entre os anos 1450 e 1600).
O Renascimento
Embora a
escolástica tenha se desenvolvido entre os séculos IX e XV, sua influência
durou toda a Idade Média.
Ø
A Escolástica (também chamada filosofia cristã)
– Em linhas gerais, era uma tentativa de estabelecer uma visão do mundo e da
vida baseada em conceitos teológicos. Era a “interpretação teológica de todos
os problemas da vida”(Paul Tillich, p. 134, História do Pensamento Cristão).
Ø
No interior da escolástica se desenvolveram duas
vertentes: a humanista e a científica.
Os Humanistas
Redescobriram
os grandes sistemas da antiga cultura greco-romana (Filosofia, artes clássicas
e moral.
Os Cientistas/naturalistas
Aprofundando
conhecimentos da natureza, vão descobrir suas leis e, a partir daí, explicando
certos fenômenos a partir de suas causas naturais e não de causas sobrenaturais
como defendiam os escolásticos.
Essas duas
correntes, no interior da Escolástica deram origem ao que ficou conhecido na
História como RENASCIMENTO. Suas
elaborações provocaram a crise que no séc. XV e XVI, pôs fim à Escolástica e
daí fez emergir o pensamento moderno estruturado na razão e não mais na fé.
A conjunção
das pressuposições humanistas (marcadas pela “volta à filosofia, à moral e às
artes clássicas") e científicas (caracterizadas pelas descobertas de novas
leis da natureza), deslocou os valores na direção do homem. Isso produziu uma
reorientação de sua confiança para a razão.
A reforma de
Lutero se desencadeia nesse contexto onde já ocorria uma grande desconfiança em
relação à igreja.
A Igreja Católica no séc. XVI
Crise Moral
Os Clérigos perdiam
cada vez mais a autoridade moral; a corrupção era grande em todos os níveis da
hierarquia.
A Igreja
estava mais preocupada com as questões políticas e econômicas do que com
assuntos espirituais. Os papas da época eram homens de guerra e constante mente
envolvidos em disputas políticas.
·
A Igreja tornou-se grande proprietária de
terras;
·
Usufruía de grande luxo
·
Tinha seu próprio exército e era uma força
militar significativa ( Era religiosa no discurso e militar na prática)
·
Para angariar fundos recorria a expedientes
duvidosos:
>Venda de
relíquias sagradas;
>Venda de
indulgências (perdão de pecados)
·
Pregações contraditórias: condenavam o lucro e a
usura, porém, o Vaticano era o Banco central da época no mundo. Os bispos eram
grandes emprestadores; e a igreja grande cobradora de dízimos.
A Situação Político – Econômica
Ø
Surgimento de um novo grupo de pessoas
(artesãos, banqueiros, advogados, negociantes) que não estavam ligados a terra
e nem estavam mais submissos a escolástica. Essa Burguesia em ascensão –
vinculada à vida urbana e já influenciada pelos elementos humanistas e
científicos - está começando a relativizar a autoridade da igreja.
Ø
Reis em confronto com a igreja católica em razão
das interferências dos Papas nas questões políticas.
Ø
Uma população pobre que já não suportava a
cobrança de dízimos.
Os interesses em jogo:
Ø
Os princípes – Autonomia política e diminuição
de impostos e de olho nas terras da igreja.
Ø
Os burgueses – possibilidade de expansão de seus
negócios e aumento dos lucros.
Ø
Os pobres/camponeses – meios básicos para
viabilizar a vida, eram alvo de persuasão religiosa para que aceitassem a
dominação.
As críticas de
Lutero à Igreja já podem ser identificadas em seus escritos desde 1513
(comentário sobre os Salmos) onde ele critica as superstições; o culto aos
santos e outras práticas que ele chamou de fábulas.
Em um sermão
anterior a 1515, Lutero já falava do excesso de peregrinações, devoções,
penitências. No comentário à Epístola aos Romanos – 1515/1516 ele fez preleções
criticando o autoritarismo religioso, o luxo da igreja.
Ø
A viagem de Lutero a Roma em 1510 o deixa
escandalizado com o luxo da Igreja. A vida desregrada dos altos clérigos e sua
impiedade o impressionaram.
As indulgências datam do séc. XIII
Ø
Os papas Bonifácio VIII em 1300 e clemente VIII
em 1350 deram um valor desmedido às indulgências.
Ø
Em1476, Xisto IV – determinou que um donativo em
dinheiro associado a uma prece poderia transmitir uma graça especial a um
determinado morto na intenção de que eram feitas (o donativo e a prece)
Ø
Em 1507 Júlio II
- resolve autorizar a venda de indulgências para angariar recursos para
(re)construção da Catedral de S. Pedro em Roma e financiar a guerra contra os
turcos.
Ø
Em 1511 – Leão X confirma essa decisão.
A Reforma protestante do século XVI
> Se configurou
em três grandes movimentos reformadores:
1) A reforma luterana de 1517
Ø
O dia 31/10/1517 ficou conhecido como o marco
inicial da reforma, pois foi nessa data que Lutero teria afixado suas 95 teses
na porta do castelo de Witemberg.
Ø A reforma Luterana desencadeou-se no reinado de Carlos V, na época com poderes sobre a Espanha, Alemanha e Países Baixos.
Ø A reforma Luterana desencadeou-se no reinado de Carlos V, na época com poderes sobre a Espanha, Alemanha e Países Baixos.
A Alemanha era constituída, na
época, por vários pequenos reinos que eram dirigidos por príncipes denominados
“Eleitores” com grande independência.
As ênfases Luteranas:
Ø
A autoridade da escrituras;
Ø
Sacerdócio universal de todos os crentes;
Ø
Salvação pela fé somente em Cristo;
Ø
Livre exame das Escrituras;
Ø
Somente a graça – Deus aceita as pessoas não
pelos seus méritos, porque ninguém os tem, é somente pela graça, pela
misericórdia que ele nos aceita.
2) A reforma calvinista
Ø
Começou na Suíça a partir de 1522 sob a
liderança de U. Zwinglio foi mais radical que a Reforma luterana, acabou com
tudo o que lembrava a igreja católica.
As ênfases Calvinistas:
Ø
manteve as teses luteranas e deu outras ênfases:
Ø
A predestinação
Ø
A perseverança dos Santos
Ø
Soberania de Deus
3) A reforma anglicana
Henrique VIII, rei da Inglaterra,
era casado com Catarina de Aragão com quem não tinha filhos; conhece Ana
Bolena. Desejando divorciar-se de Catarina para casar-se com Ana procura
líderes da Igreja Católica que não abençoam tal procedimento. Henrique, então,
rompe com a Igreja Romana. A partir de 1525, Henrique VIII separa de Roma a
Igreja da Inglaterra. O interesse por Ana Bolena não era apenas sentimental,
mas também político.
As reformas de Lutero, Zwinglio e
Calvino alcançaram parte da Alemanha, a Suíça, França e Escócia.
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